Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a telemedicina consiste na prestação de cuidados de saúde por profissionais, onde a distância é um fator crítico, através da utilização de tecnologias de informação e comunicação (TIC) que permitam a troca de informação necessária e válida para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças. A telemedicina permite, deste modo, o uso das TIC para o acesso universal a cuidados de saúde, permitindo a resolução do problema da saúde global.
Assim sendo, a telemedicina é vista como o futuro da medicina, dado que permitirá a resolução dos problemas de acesso aos cuidados de saúde enfrentados tanto em países em desenvolvimento como em países desenvolvidos (regiões mais remotas e onde o acesso aos cuidados de saúde é mais difícil). Através da telemedicina, estes cidadãos poderão ter acesso a avaliações clínicas, diagnósticos, tratamentos e consultas de acompanhamento, o que contribuirá para a melhoria do acesso e da qualidade dos cuidados de saúde prestados.
A telemedicina apesenta vantagens tanto para profissionais de saúde como para cidadãos, sendo de destacar:
- Abolição de barreiras geográficas na prestação de cuidados de saúde;
- Diminuição da sensação de isolamento por parte de profissionais colocados em postos de trabalho remotos;
- Melhorias na atualização e na partilha de informação;
- Monitorização, à distância, de doentes em tratamento;
- Promoção de um ambiente de partilha e de aprendizagem entre profissionais.
A telemedicina surge, então, não como uma substituição dos sistemas de saúde já existentes, mas sim como um complemento dos mesmos. Assim, a telemedicina deve ser encarada como um meio que permite a prestação de cuidados de saúde que respondem às necessidades mais críticas e prioritárias dos cidadãos, no âmbito do seu contexto específico.
Maria Borges
Consultora Associada | Healthcare
Referências bibliográficas:
Maia, M. R., Correia, A. J. & Lapão, L. V. (2015), Telemedicina – Um meio para a saúde global. Um caminho para o acesso universal à saúde. Instituto de Higiene e Medicina Tropical – Universidade Nova de Lisboa.
Lapão, L. V., Messina, L. A., Ungerer, R. & Campos, F. (2016), “Roteiro estratégico para a telessaúde na CPLP: diagnóstico e prioridades para o desenvolvimento da telessaúde”, An Inst Hig Med Trop, N.º 15. Supl. 1, pp. S65-S73