Á procura da bucket-list perdida
A expressão já faz parte do vocabulário de muitos de nós.
Bucket-list!
Lista de desejos.
Lista de coisas a fazer.
Ou,
indo á etimologia anglo-saxónica.
Lista de coisas para fazer antes de “bater as botas”.
Nunca escrevi uma bucket-list
Isto é,
Nunca escrevi, literalmente, uma lista.
Obviamente que cumpri muitos sonhos.
Mas nunca os risquei da lista.
A tal lista que não tinha.
Os sonhos foram sendo diferentes
e só estavam na minha cabeça:
Ter um audi A3 preto ✅
Abrir uma empresa ✅
Ir a Tokyo ✅
Ter um filho ✅
Construir património imobiliário ✅
Por diversas vezes, porém,
disse que risquei um item da lista
Mas foi algo de momento
que ficou bem no instagram.
Coisas que quis muito
em dado momento
e que se concretizaram
viver sozinho✅
Férias nas Caraíbas✅
Chicago ✅
London Business School ✅
40º aniversário em Bali ✅
Ver Portugal num campeonato do mundo ✅
Mas hoje sinto
que preciso PENSAR
tudo o que quero fazer
E escrever a lista
Com todas as letras.

Mas o quê?
Não almejo escrever um livro.
Não me apetece saltar de pára-quedas
Dispenso Gôndolas de Veneza.
Tal como nadar com tubarões.
Gostava de ter visto
o Michael Jordan jogar
Mas isso já não é possível.
Quanto ao resto
Andar de Balão deve ser o máximo.
Tal como fazer a maratona de Nova Yorque
Mas não são coisas que me façam sentir
louco por as fazer
antes das botas baterem
uma na outra.
Houve um livro que em tempos me marcou.
O Monge que vendeu o seu Ferrari:
uma fábula brilhante
sobra a busca espiritual
de alguém que tudo vendeu
Para se reencontrar
Física e espiritualmente.
Junto de uns monges
Algures no Tibete.
No momento que o li
Achei inspirador.
A forma como a personagem
Alcançou vitalidade mental
Num processo de busca interior
Absolutamente desmaterializado.
Quando tinha 30 anos mudei de vida.
Era Diretor de Engenharia, com sucesso
mas apaixonei-me pela Estratégia
E num rasgo de loucura
decidi abrir uma consultora.
Nos primeiros anos
ganhei muito menos dinheiro
Mas era muito mais feliz.
Disse durante muito tempo:
Tenho pensado nisso agora.
Não sei se tenho pensado muito
ou se tenho pensado pouco,
Mas já são vezes suficientes
para me fazerem refletir

Se não tivesse uma filha
Ia 6 meses para Bali
E fazia da ilha o meu escritório.
Pensar noutro sítio
Viver novas experiências.
Só precisava do meu Mac
E de um café da manhã
Num qualquer spot com rede.
Não precisaria do meu BMW
Nem de um armário cheio de roupa
Chega-me uma scooter
E meia dúzia de t-shirts
É incrível a qualidade de vida
Que se pode ter
Em tantos spots do mundo
Onde stress não é palavra.
E onde tu podes ser
Um nómada digital
Mas o que é que eu quero realmente fazer?
Apesar de já ser minimalista
Tenho sentido cada vez mais
Que preciso de cada vez menos.
A frugalidade tem crescido em mim
De uma forma assustadora.
Estou á muito tempo numa fase
Em que sou zero consumista
Estou cansado de black-Fridays.
E de cyber Mondays.
Só quero dias felizes.
E noites bem dormidas.
Vitalidade física
E brilho no olhar.
Nunca venderei um Ferrari.
porque nunca ostentarei um,
mas se um dia decidir
vender tudo o que tenho
comprarei um bilhete
para qualquer parte do mundo.
Depois logo vejo.
se durmo 2 semanas.
ou se medito 1 mês.
pouco preocupado
Com o que virá a seguir.
Já vivi muito.
E sempre vivi rápido.
Muitas viagens.
Muitas experiências.
Muita loucura.
Costumo frequentemente dizer
Que já vivi muitas vidas.
Ponderando bem
talvez seja isso mesmo.
Gosto de viver vidas diferentes
Vidas novas.
Aquele sentimento limite
de provar a mim próprio
que tenho talento e ousadia
para começar de novo
seja o que for.
Seja onde for.
Uma coisa não vai mudar
Gosto de respirar o momento
Dos momentos que vivo
Quanto á lista
Fica-me claro.
Não quero subir o Everest
Nem descer o Nyagara.
Na minha bucket list só quero
Vender um dia o meu Ferrari
Seja o Ferrari de que marca for.
Depois,
simplesmente dizer:
Feito ✅

Momento Crypto
A semana passada comprei a minha primeira Ledger.
O meu congelador como costumo dizer.
Para os leigos é uma carteira “fria”, não conectada á internet, e que se torna a forma mais segura de manter o património de investimentos crypto.
Este ano tem sido pródigo em bancarrotas de players de mercado importantes.
Apesar de ter algum capital num desses players, fui afortunado porque não era nem de longe nem de perto, a minha Exchange principal e por isso mesmo as perdas foras muito reduzidas.
Mas como tenho passado pelos pingos da chuva decidi crescer e descentralizar de uma vez por todas.
Há muito tempo que ouvia dizer:
Not your keys, Not your crypto.
Mas achava que isso de perder fundos nas exchanges só acontecia aos outros.
Os mercado urso também servem para isso.
Para aprenderes e para cresceres
E dares passos em frente.
Foi isso que fiz.
Hoje tenho as minhas próprias chaves dos meus investimentos e os mesmos estão guardados na rede blockchain.
Durmo muito mais descansado hoje.
E isso é incrível.
Nota: tenho recebido alguns pedidos informais para passar conhecimento deste novo mundo crypto. Clientes e amigos que querem aprender.
Se por acaso também for o teu caso, envia-me mensagem linkedin.
Pondero fazer um workshop.
Som da Semana.
2:16 dos HVOB
Uma dupla austríaca de som electónico minimalista, com vocals no meio.
Uma verdadeira viagem,
Ou uma banda sonora para uma qualquer vida.
16ª edição da out
Faltam 4 para as 21
inté.